
A palavra ética tem duas origens etimológicas: do substantivo latino ethica significando parte da filosofia que estuda a moral; e do adjetivo grego ēthikós e do feminino singular ēthike significando ético, relativo à moral; ēthicá significando tratado sobre a moral, ética.
Conexo ao prefixo grego êthos significando modo de ser, caráter, índole, temperamento; ethos significando hábito, costume.
Das origens latina e grega da palavra tem-se pelo menos quatro Escolas de Pensamento com concepções diferentes de Ética:
a) Ética é a ciência da moral; portanto, não normativa, não prescritiva, não valorativa; é teoria da moral.
Nessa concepção, ética é a teoria ou ciência do comportamento moral do homem e da mulher em sociedade, ciência da moral cujo objeto de estudo é o mundo moral;
b) Ética e moral são sinônimos. Nessa concepção Ética prescreve, normatiza, dita regras de conduta, julga.
c) Ética como arte de viver ou estética da existência, a conduta original do indivíduo. A defesa conceitual dessa concepção é mais conhecida na obra de Michel Foucault aonde ética não é ciência da moral nem sinônimo de moral, mas é o governo de si, a organização de si apoiada na sensibilidade (na Estética) e desenvolvida mediante capacidade continuamente renovada de julgar, de diferenciar e modificar as teias de poder. Entretanto, o sistema filosófico do terceiro conde de Shaftesbury (1671-1713) funde Ética e Estética, ou seja, Ética é Estética da existência.
d) Ética ou Filosofia moral.
Não raro, estudiosos e profissões misturam as concepções a ponto de os Códigos de Deontologia se chamarem erroneamente de "Código de Ética"; sem aprofundar a linha de pensamento de Shaftesbury retomada por Michel Foucault e sem sistemática inclusão do estudo da Estética, subárea da Filosofia, não estará longe a proposta de substituir o nome daquele Código para Código de Estética.
Outras concepções correntes dizem que Ética é reflexão filosófica sobre moralidade; ciência da práxis ou antropologia filosófica da práxis e, como tal, uma ciência deontológica; ciência do comportamento humano.
No universo humano das convenções e dos verbalismos, nenhum dos vários e particulares sistemas éticos existentes do mundo conseguiu, ainda, formar uma civilização cristã – se é que conseguiu formar uma civilização.
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