segunda-feira, 12 de março de 2007

10.3 – ÉTICA DA REPRODUÇÃO


POSTULADO 60: A atual raça humana terá sua fase decrescente até a sua desaparição e substituição por outras raças mais desenvolvidas, descendentes da atual.
A lei divina estabelece a meta de desenvolvimento para a perfeição, lembrando que desenvolvimento significa diferenciação e aperfeiçoamento.

POSTULADO 61: O controle e a regulação da reprodução humana são responsabilidades humanas, segundo as necessidades materiais, intelectuais e morais para manter o equilíbrio entre as leis divinas de destruição e de conservação.

O controle da natalidade humana é prerrogativa da própria responsabilidade humana face à responsabilidade social.


POSTULADO 62: A união constante entre duas pessoas é um progresso social no desenvolvimento da humanidade.
A indissolubilidade absoluta do casamento é uma lei humana e contrária à lei divina; compreendendo-se que a união constante entre duas pessoas é um dique à promiscuidade e à prostituição, a dissolução de vínculos deve obedecer aos princípios da responsabilidade e respeito mútuos.


POSTULADO 63: O celibato voluntário somente agrada a Deus quando for um ato de sacrifício pessoal a serviço da humanidade.
Qualquer interesse egoísta para a vida celibatária contraria a lei divina.

terça-feira, 6 de março de 2007

10.2 - ÉTICA DO TRABALHO


POSTULADO 52: O trabalho humano é toda ocupação útil com o duplo objetivo de conservar o corpo e desenvolver as faculdades do espírito.

O trabalho dos animais se limita ao objetivo de conservação do corpo; o trabalho humano provê as necessidades materiais (reais e não fictícias), intelectuais e morais.

Constituem contravenções à Lei de Deus a subestimação ou a superestimação do trabalho material e trabalho moral gerando desigualdades e iniqüidades sociais em que se refletem as convenções arbitrárias e de exploração pela divisão técnica e social do trabalho segundo supostos preconceitos sobre o que é superior e inferior.

Desenvolvimento material decorre da educação material para satisfação de necessidades materiais, ligadas à conservação do corpo.
Desenvolvimento intelectual decorre da educação intelectual, ligada ao pensamento e à razão.

Desenvolvimento moral decorre da educação moral, ligada à formação do caráter e de hábitos saudáveis.

POSTULADO 53: Quanto maior a desobrigação humana de satisfazer suas necessidades materiais com o próprio trabalho material maior é a obrigação de satisfazer as necessidades morais, próprias e dos outros, ajudando na satisfação das necessidades materiais de quantos dela necessitem.

Se, pela posse de bens, a pessoa não depende de seu trabalho e de sua atividade para alimentação, segurança e bem estar do corpo, a natureza de seu trabalho será mais moral que material: aperfeiçoar a inteligência própria e a dos outros é trabalho.

POSTULADO 54: Quem vive às expensas do trabalho dos outros, sem que exista algum limite físico ou mental para isso, contraria a Lei de Deus.

POSTULADO 55: A afeição recíproca e a ajuda mútua impõe aos pais a responsabilidade de trabalharem para os filhos tanto quanto aos filhos impõe a responsabilidade de trabalharem para os pais.

POSTULADO 56: O repouso é lei natural de reparação das energias do corpo e de liberdade para a inteligência.

POSTULADO 57: O limite do trabalho material é o limite das forças do corpo.

O repouso na velhice é uma condição natural pela limitação das forças do corpo; a lei de caridade impõe ao forte trabalhar para o mais fraco e a sociedade provê o papel da família, caso não a tenha.

POSTULADO 58: As sociedades humanas têm a obrigação de promover ocupação para todas as pessoas que precisam prover a sua existência por meio do trabalho.

A concentração de renda pela exploração de uns sobre o trabalho de outros, o desemprego, a precariedade do mundo do trabalho e as iniqüidades sociais provocadas por crimes e corrupções no campo do emprego e da renda são contravenções humanas à Lei de Deus.

POSTULADO 59: A desordem e a imprevidência socioeconômica decorrem do não cuidado das sociedades pela arte da educação moral das pessoas.

A educação moral forma o caráter da pessoa humana, mais que a educação intelectual e a educação escolar: o desastre social vem do fato de que, sem educação moral, os indivíduos são lançados à vida social com maus caracteres, maus hábitos, sem princípios morais desenvolvidos, sem respeito ao que é respeitável e entregues às suas próprias vontades e pulsões anti-sociais, imorais.

O bem estar social nasce da segurança de todos: esse bem estar se funda e se desenvolve pela educação moral das pessoas e somente por ela será garantido.

domingo, 4 de março de 2007

10.1 - ÉTICA DA ADORAÇÃO


POSTULADO 51: Nenhuma exterioridade humana é agradável a Deus se não tiver por objetivo e intenção íntima promover o bem e evitar o mal.

O sentimento e as práticas de adoração a Deus, quando promovem o bem e evitam o mal, são decorrentes da consciência e do reconhecimento da fragilidade humana perante Deus: quaisquer simulacros, encenações, cerimônias, formalidades e convenções que não tornem a criatura humana moralmente melhor são inúteis.

As oferendas feitas a Deus por sacrifícios de animais, sacrifícios humanos, incluindo-se os cilícios e os jejuns, são contravenções humanas à Lei de Deus.

As guerras santas ou guerras religiosas são contravenções humanas à Lei de Deus.
As oferendas de comidas, de bebidas, de flores e de frutos são inúteis perante a Lei de Deus.

As preces exteriores, as preces labiais, as preces pagas e a vida contemplativa de adoração das quais não participam o sentimento humano para fazer o bem e evitar o mal são expedientes inúteis segundo a Lei de Deus.

A ignorância e a má fé humana inventaram um comércio religioso de coisas e objetos que é contravenção à Lei de Deus: nenhum objeto e nenhuma ação ou intervenção humana alteram a imutabilidade e a eternidade da Lei de Deus.

O postulado espírita da ética da adoração segue princípios claros e sem equívocos ensinados por Jesus.

Quanto à oração: "Quando orares não sejas como os hipócritas, pois gostam de orar em pé nas sinagogas e nas esquinas das ruas para serem vistos pelos homens... orando, não useis de vãs repetições como os gentios que pensam que por muito falar serão ouvidos." (Mateus, 6:5 e 7)

Quanto às oferendas e sacrifícios: "Misericórdia quero e não sacrifícios." (Mateus, 9:13; 12:7).

A parte divina da lei mosaica, expressa nos Dez Mandamentos, prevê a condenação da idolatria, espécie de oferenda para honrar a Deus: "Não farás para ti nenhuma imagem esculpida, representando algo que esteja no alto do céu, ou cá embaixo sobre a terra, ou nas águas que estão sob a terra. Não as adorarás e nem as servirás."(Deuteronômio, 5:8 e 9)

A ambição e a ignorância humanas instituem o comércio sobre coisas e objetos fabricados para idolatria: isto é contravenção à Lei de Deus.